terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Visita à Bodebrown

Curitiba - PR, 13/fev/2010


Última visita das nossas férias cervejísticas.

Conhecemos 13 cervejarias, mas acima de tudo, muitas pessoas. Pessoas que mantêm a tradição de suas famílias. Pessoas que empreendem. Pessoas de vêm fazendo cerveja a vida inteira. Constituiram família e geraram novos mestres cervejeiros. Contadores de estórias. Pessoas que entraram para a história. Pessoas apaixonadas. Amantes da cerveja. Cervejeiros jovens mestres, cervejeiros experientes alunos. Enfim, pessoas que unem água, malte, lúpulo e levedura e os transformam num produto de socialização e bem estar. Assim foram nossas férias inesquecíveis que deixaram em nossas bocas, além do delicioso sabor do lúpulo, uma vontade de quero mais.

Pra resumir a nossa viagem eu gostaria de parafrasear o Ricardo Rosa, da Acerva Carioca, que no seu blog diz que "A quantidade e a qualidade de amigos crescem proporcionalmente à quantidade e à qualidade de suas cervejas". Eu tomo a liberdade de adequar esta frase para à nossa viagem e penso que:

A quantidade e a qualidade de amigos crescem proporcionalmente à quantidade e à qualidade dos cervejeiros que você conhece

E não poderia ser diferente com o pessoal da Bodebrown, de Curitiba, que fecha com chave de ouro esta série de visitas.


Foi por acaso (ou não) que conhecemos a cervejaria. O cervejeiro artesanal de Curitiba Rafael David, não sei como, descobriu o meu blog. Ele sabia que nós estaríamos chegando em Curitiba na 6a feira, dia 12/fev, e no seu comentário num dos post nos "intimou" a conhecer a Bodebrown. Deixou telefone, endereço e disse que estariam reunidos lá para uma brassagem no sábado, 13. A brassagem não aconteceu na cervejaria, então o Rafael não pôde estar lá e não nos conhecemos pessoalmente, mas eu fui recebido por ninguém menos que o Samuel Cavalcanti, o dono da Bodebrown, que se mostrou pra mim ser um cara com um conhecimento técnico como poucos!








Eu simplesmente não sei como classificar a Bodebrown. Microcervejaria? É muito mais que isso! Escola? É fato que tem um laboratório melhor que o de muitas escolas de Engenharia Química e Biologia, mas ainda é pouco. Um ponto de encontro e difusão da informação? Sim, certamente, mas não é só. Uma biblioteca? Também. Uma loja de venda de equipamentos e matérias primas? Sim, claro! Incubadora? Por que não? Com a assessoria técnica disponível, até eu faria uma boa cerveja. Brew section? Inovadores, eles trouxeram este conceito para o Brasil e extraem muito conhecimento das "seções de produção". A Bodebrown é tudo isso e é dotada de excelência em todos estes aspectos.




A blibioteca Bodebrown


A sala de cursos Bodebrown



Encontramos em pleno sabadão de carnaval, além do Samuel, outros cervejeiros como o Ricardo Seara, Paulo Cavalcanti e Tiago Falti, que por lá estavam acompanhando seus experimentos, buscando matéria prima, e nos dando o prazer de degustar suas cervejas.


O Samuel começou o encontro contando o motivo do nome Bodebrown. Pernambucano com muito orgulho, ele queria transferir para a marca algo da cultura dos seus familiares e escolheu o bode, sim o bode que é uma preferência regional. Eu mesmo, adorei a carne do bode quando em minhas viagens de trabalho ao sertão da Bahia e Pernambuco. Quem não conhece, deveria conhecer o bodódromo de Petrolina - PE. Uma pena não termos lá nenhuma opção de cerveja artesanal para uma brincadeira de harmonização. E o brown vem do James Brown, que revolucionou a música em sua época. Com esses 2 conceitos, cultura e revolução, de fato a marca traduz o que é o propósito do negócio Bodebrown .




Na sequência fomos apresentados à deliciosa Rio São Francisco Imperial Stout, com muito bem vindos 9% ABV. E depois a maravilhosa Juazeiro IPA e então a grande surpresa do dia a Wee Heavy Scott Ale, a pérola da casa. Seria uma leviandade da minha parte analisar estas obras primas e ser superficial, uma ingratidão. Prefiro a ingratidão do que a injustiça, então deixo algumas fotos dotadas de sabores e aromas, bem como um convite para que conheçam um pouco mais no site da Bodebrown




Eu, Samuel, Ricardo Seara e o meu primo Fábio (futuro aluno do curso de cervejas artesanais)




O Samuel, além de tudo, é um estudioso de espuma. Dá pra perceber nesta Rio S. Francisco Imperial Stout


A famosa Wee Heavy




Depois da degustação, fomos conhecer o "laboratório" como eu classificaria este incrível espaço com diversos tanques de fermentação, equipamentos laboratoriais, e uma fantástica experiência em curso com toneis de madeira.








Eles estão realizando experiências com Umburana, Nogueira, Jequitibá e Carvalho brasileiro e escocês. As amostras, depois de passarem alguns dias adquirindo as propriedades da madeira, vão blendar o volume da mesma cerveja no tanque de maturação e é impressionante como se transformam. Tinha passado aproximadamente a metade do tempo total no barril e já é gritante tanto a diferença entre madeiras, quanto a beleza das cores, aromas e sabores. Tenho certeza que será mais uma obra prima da casa.




Da esquerda para a direita: Wee Heavy sem madeira, Umburana, Nogueira, Carvalho e Jequitibá (vinho)




Pra se ter uma idéia do nível que os caras estão, o Samuel fez questão de nos mostar seu novo brinquedinho, um extrator clevenger, para extração do óleo essencial de frutos, sementes, ervas ou daquilo que quiserem. O Samuel nos trouxe uma amostra da essência de nozes e o aroma é simplesmentes fantástico. Um Nocello! Brincamos de misturar um  pouco numa taça de cerveja e mais uma vez pudemos ter a noção do que vem por aí.




Extator clevenger




Depois de mais de duas horas de muita paciência por parte do Samuel e do Tiago, e muito prazer por parte dos visitantes, tivemos que ir embora, mas dá pra ficar um dia inteiro e aprender a cada minuto. Pra se ter uma pequena noção da grande cortesia deles, eu quis comprar um kit com malte, fermento e lúpulo pra fazer uma receita deles assim que chegar em casa e o Samuel não me deixou pagar de jeito nenhum. Inclua-se neste kit 12 belíssimas garrafas modelo Fuller's que ele importa de Taiwan, sendo 8 vazias e 4 cheias das preciosas IPA e Bock.




Detalhe do bode em relevo na garrafa modelo Fuller's




Samuel, obrigado mais uma vez pela sua receptividade e peço desculpas pelo pouco que escrevi aqui neste post não retratar o quão agradável foi estar na sua cervejaria - escola - laboratório - ponto de encontro - biblioteca - loja - incubadora - brew section.


Espero ver suas cervejas nas prateleiras de BH e de todo Brasil em breve.


Um grande abraço pra você e todos que estiveram com a gente naquela manhã, em especial pro Rafael David que foi o responsável por nos colocar em contato.


Quando forem a BH, serão meus convidados para apresentar-lhes o trabalho da Acerva Mineira, as maravilhosas cervejas dos associados e das microcervejarias mineiras.


Abraços a todos,
Marcos.




Contatos:
Rua Carlos de Laet, nº 1015, Bairro Hauer
Curitiba - PR
(41) 3276-1560/3082-6354
www.bodebrown.com.br

Visita à Canoinhense


Canoinhas - SC, 12/fev/2010


Fizemos uma pausa nas visitas às cervejarias e passamos dois dias literalmente dentro uma vinícola em Bento Gonçalves, a capital brasileira do vinho. A Casa Valduga investe no enoturismo e criou a Villa Valduga para hospedar seus clientes turistas. São oferecidos aos hóspedes, e nós tivemos o prazer de desfrutar, além da confortável pousada, um curso sobre vinhos, degustação, um excelente restaurante e toda uma atmosfera de charme que o universo do vinho proporciona. Imperdível pra quem visita o Vale do Vinho. Mas, como o meu blog e minhas férias são cervejísticas, lá vamos nós.

Acordamos na manha da 6a feira, 12/fev, com muita ansiedade de conhecer a lendária Cervejaria Canoinhense e suas cervejas. Teríamos que enfrentar mais de 450 km de estrada até a cidade de Canoinhas e o tempo não passava. Aliás, as horas passavam, mas sempre parecia que faltava muito, de forma que eu começei a achar que não chegaria a tempo de encontrar a cervejaria aberta e muito provavelmente eu não poderia matar a curiosidade e colocar esta cervejaria no meu curriculo. Isso porque no dia seguinte e nos próximos seria carnaval e muito provavelmente eles não iriam abrir.

Chegando em Canoinhas e nos informando sobre como chegar à fábrica, descobrimos que a cervejaria se confunde com o seu principal personagem, o Sr. Rupprecht Loeffler, o meigo mestre cervejeiro de 92 anos (!).

- Senhor, uma informação por favor, onde fica a Cervejaria Canoinhense?
- A Loeffler?
- Sim.
- Ah, faz assim ó ...

Quando finalmente chegamos, eu mal pude esperar a Daniela estacionar o carro e quando percebi, lá estava eu dentro daquele cenário que me era familiar pelas inúmeras fotos que vi pela internet.

O Sr. Rupprecht Loeffler não estava na sua mesa de trabalho onde costuma passar grande parte do seu dia e eu tive medo de perguntar sobre ele. Fomos recebidos por um de seus funcionários, que depois de uma pergunta sutil me respondeu que o Sr. Loeffler havia acabado de se recolher para sua residência. Fiquei aliviado por saber que o Sr. Loeffler encontra-se em plena atividade de cervejeiro, mas senti um grande pesar de não poder conhecê-lo.


Sr. Rupprecht Loeffler. Foto pública da Wikipedia.


Pra quebrar o gelo do início da visita, uma Mocinha. Não uma senhorita, a cerveja Mocinha, uma das 4 produzidas pela Canoinhense.

A Cervejaria Canoinhense foi fundada pelo pai do Sr. Loeffler em 1908 então deve ser a mais antiga cervejaria artesanal em produção no Brasil! Deve ter sido uma fábrica à frente do seu tempo com os inúmeros e impressionantes equipamentos desenvolvidos pelo seu fundador. Mas hoje, é genuinamente artesanal. Só não é mais artesanal que as caseiras.

Vou tentar apresentar-lhes a cervejaria e seus equipamentos, seguindo a ordem dos processos produtivos, mas nada substitui uma visita, nem mesmo as imagens.

O malte é moído neste moinho de madeira, e depois transferido manualmente para a o tanque de cozimento.


Moinho de grãos


O cozimento do malte tem como fonte energética a lenha, colocada num queimador.


Fogão a lenha


De acordo com o funcionário que nos guiou, a mosturação que é feita sem um controle de termperatura, e a lupulagem/fervura do mosto, ocorrem neste belo tanque em cobre, que tem até pás giratórias para homogenização da mistura.


Tanque de mosturação e fervura


O mosto é transferido então para o seu "chiller", uma bandeja em inox, de aproximadamente 5m x 3m e 20cm de altura e refrigerado a ar por um ventilador.


A bandeja chiller com o ventilador ao fundo


Quando atinge a temperatura de aproximadamente 20 C, o mosto é transferido para o tanque de fermentação. O primeiro não cilindrico que eu vi. Mal pude notar uma tampa. Airlock nem pensar. Morrendo de dúvida, perguntei e o funcionário me respondeu que não há histórico de perda da produção por contaminação. Ufa!


Tanque de fermentação


A cerveja depois de fermentada é transferida para barris de carvalho alemão, que hoje só são utilizados para auxiliar o envase. Não têm mais a função de armazenamento para conferir propriedades de aroma, sabor e cor à bebida.


Barris de carvalho alemão para envasamento.


As garrafas, depois de lavadas manualmente com uma escova num tanque, passam por um processo de sanitização nesta máquina que parece uma roda gigante e coloca em contato as garrafas com uma solução sanitizante disponível na metade inferior, que é uma bacia.


Equipamento para sanitização das garrafas


Depois, as garrafas são colocadas num rack, de cabeça pra baixo, e ficam aguardando o envase. Perguntei se antes do envase elas passariam novamente por algum outro processo, ao que fui informado que não, elas estavam prontas para receber a cerveja. Deus deve ser mesmo muito amigo deles!

Os chopps recebem uma dose de açucar para carbonatação. As cervejas são pasteurizadas e carbonatadas artificialmente, mas ambas as bebidas são envasadas em garrafas de vidro (cerveja, coca-cola, fanta, e etc.) e de pet. A pasteurizadora, uma bacia também em inox com capacidade para umas 800 garrafas, também tem aquecimento da água com forno a lenha. São 3 portas.


Pasteurizador


Os chopps, depois de engarrafados, passam por um equipamento muito curioso. Cada lado da máquina tem um suporte para 3 garrafas, que são acopladas pelo gargalo, cada uma a um balão de aço. Gira-se este suporte, de forma a deixar as garrafas de cabeça para baixo. Por gravidade, o líquido das garrafas é transferido para o interior do balão. Abre-se então a válvula do cilindro de CO2,  pressurizando o balão com a cerveja. Gira-se novamente o conjunto que forma que agora os balões ficam sobre as garrafas de cerveja de cabeça para cima. Abre-se a válvula do balão de forma que, por diferença de pressão, o liquido gaseificado é transferido de volta para a garrafa. Veda-se a garrafa e pronto: chopp pronto para consumo.


Curioso equipamento para carbonatação artificial da cerveja.


Ficamos ainda algum tempo no bar da fábrica aguardando um possível retorno do Sr. Loeffler, que não aconteceu, degustando a Nó de Pinho, a cerveja tipo Kulmbach. Na minha opinião, a melhor das 4.


O bar da fábrica


A Canoinhense produz atualmente uns 1.300 litros/mês das 4 cervejas/chopps:

  • Nó de Pinho, tipo Kulmbach, alta fermentação, 3,2 % ABV;
  • Mocinha, lager com 2,0 % ABV;
  • Jahu, lager um pouco mais amargar e mais alcoólica que a Mocinha;
  • Malzbier.



Quem quiser conhecer a especificação delas, sugiro assistirem ao programa 30 da Bytes and Beer.
Ou então podem encontrar-nos no Frei Tuck. Estou levando 2 kits com as 4 cervejas para uma degustação do pessoal da Acerva Mineira.


A fachada da fábrica e sua semelhança com indústrias alemãs do séc. XIX


O meu objetivo para este post é reconhecer o trabalho do Sr. Loeffler e sua paixão (esqueci de mencionar antes que ele bebe 1 ou 2 cervejas todos os dias) pelo trabalho como cervejeiro artesanal, bem como despertar a curiosidade do leitor pela cerveja, pela cervejaria e pelo Sr. Loeffler. Espero que vocês estejam com a mesma vontade que eu de voltar à Cervejaria Loeffler e degustar uma cerveja ao lado do mais experiente cervejeiro artesanal em atividade.

Prost!


Contatos:
Rua 3 de maio, 154 - Centro
Canoinhas - SC
Telefone: (47) 3622-0358

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Visita à Dado Bier

Porto Alegre – RS, 09/fev/2010

A Dado Bier tem, além da fábrica, 3 mega espaços próprios em Porto Alegre: Dado Bier Bourbon Country, Dado Pub e Dado Garden Grill.

Nós escolhemos visitar o Dado Bier Bourbon Country pela facilidade e pelo horário. Localizado no Shopping Bourbon Country, este espaço conta com 3 ambientes: um restaurante, um pub e um espaço pra crianças, o DaDo kids.

dado_bierFachada da Dado Bier Bourbon Country. Foto do site.

Dá pra passar uma tarde inteira se deliciando com os chopps servidos: Lager, Bock, Royal Black, Belgian Ale e Red Ale. Não sei se pelo horário ou por algum problema, só tínhamos disponíveis o Lager e o Belgian.


DSC_0008-3 Que beleza!!!!


Como diz ditado, não tem tu vai tu mesmo. Almoçamos com o Lager e finalizamos com o Belgian, minha nova paixão.


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Beleza de taça, beleza de chopp!

Sobre o Belgian Ale, coloração alaranjado, um pouco turvo, a espuma não se manteve bem. Doce e BASTANTE alcóolico! Daniela não aguentou beber o dela e sobrou pra mim. Resultado, ela que dirigiu o carro pro hotel.

Não poderia deixar de registrar os tanques de cozimento da 1a fábrica que estão decorando a entrada do restaurante. Fabricação do Ralf Winter da Ralf Beer.

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Contatos:
http://www.dadobier.com.br

Visita à Saint Bier

Forquilhinha – SC, 08/fev/10


Fizemos uma pausa nas visitas pra podermos relaxar ao sol em Florianópolis, e que sol! Mas cá estamos de volta.

No caminho para Porto Alegre, fizemos um pitstop em Forquilhinha, uma cidadezinha no Sul de Santa Catarina que nos intrigou. Como alguém monta uma cervejaria e consegue viabilizá-la numa cidade de interior tendo o polo cervejeiro de Blumenau logo ali para sua concorrência? Eis o mistério … que não conseguimos solucionar, mas lá está a cervejaria Saint Bier, firme e forte.


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Bela Fachada da Saint Bier


Na verdade, como quase todas as outras microcervejarias visitadas, a Saint Bier também investiu em chopp (em barril e engarrafado) e num grande brewpub.

Fomos recebidos pelo Giovani Paes, um dos sócios que abriu gentilmente a fábrica pra nos receber numa 2a feira de manhã! Digo, a tarde, porque nos atrasamos na viagem e acabamos chegando por volta das 14h30, muito depois do combinado.

Giovani me contou que seu tio e fundador da Saint Bier, Sr. Abrahão Paes, inaugurou a fábrica em 2008 com capacidade para produção de 100 mil litros de chopp. Além do grande volume de vendas no brewpub anexo à fábrica, distribuem seu chopp puro malte para todo o litoral catarinense, basicamente em barris, mas ainda engarrafam (sem pasteurização, o que tem se mostrado uma forte tendência na região) os seus 4 tipos de chopp: Pilsen, In Natura, Belgian e Malzbier.


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Pra não perder o hábito, degustei imediatamente uma Belgian no bar da fábrica e deixei os outros que comprei pra mais tarde. Dourada e bem turva, com presença de um lúpulo aromático bastante agradável, frutada e um pouquinho doce, este chopp agradou muito mais que os 2 pilsens que experimentei a noite, filtrado e o não filtrado. Estes últimos me parecem ser a grande atração do mercado consumidor sulista, e com pouco amargor e notas de pão, são bons chopps, apesar de não ser o nosso estilo preferido.


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Reabastecido e com um kitizinho básico pra mais tarde, seguimos viagem para Porto Alegre.





Contatos:
Av. 25 de julho, 1303
Forquilhinha - SC
(48) 3463-3400
http://www.saintbier.com

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sommerfest

Blumenau – SC, 04/fev/2010


Olá Amiguinhos!!

Aqui quem vos fala é a Daniela. O Marcos me deu a honra de escrever este post, já que é sobre duas das coisas que eu mais adoro no mundo inteiro: festa e cervejinhas, rsrsrs.

Então, vamo lá!

Na nossa visita a Cervejaria Borck, durante uma conversa com o simpatissíssimo casal Michele Borck e Luciano Martins, questionamos sobre a participação deles na Orktoberfest e como demoraria pra chegar essa tradicional festa, foi então que a Michele teve um insight! A Sommerfest!!!!

Rapidamente ela foi buscar um folheto para confirmar os dias que aconteceriam a festa, e para a nossa sorte (que normalmente sempre está do meu lado), esta aconteceria justamente na quinta-feira em que estaríamos em Blumenau. Show!!!

Tudo poderia acontecer durante as marcações das futuras visitas as outras Cervejarias, mas uma coisa era certa: dia 04/02 às 19h estaríamos na Vila Gernâmica.


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Bom, nem precisa dizer que depois de visitar 3 cervejarias, sendo que a primeira foi as 10h da manhã, e as outras duas eram bem distantes uma da outra e de Blumenau também, não conseguimos cumprir com o horário combinado. Culpa mais minha que do Marcos, confesso, rsrs.

Ah! E pra quem pensa que nós só visitamos cervejarias, adicionarei aqui uma foto do Marcos no Museu da Cerveja.


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Passeio cultural báaasico!!!


Voltando ao que interesa…

Eu logo que cheguei na Vila Gêrmanica, comprei logo uma caneca térmica, pois sabia que os chopps seriam servidos em copos de plástico, o que não suporto. E esta foi uma compra providencial!! O meu chopp se mantinha sim gelado por mais tempo, o que faz toda diferença numa temperatura de 37°C (aff…ninguem merece…)


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Ao adentrar o pavilhão, que deveria estar em torno de 37°C às 21h, a animação foi total!! Eu realmente fiquei como uma criança num parque de diversões, já que as principais cervejarias estavam lá: Eisenbahn, Opa bier, Bierland, Das Bier, Wunder Bier e é claro, como não poderia faltar, a comercialíssima Brahma chopp.


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O estande da Brahma não fez a menor diferença na festa, e para comprovar, tirei uma foto.


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Iaaaahhhhhh!!!! VAZIOOOO!! VAZIOOOOOO!!!!


A festa é muito legal, com bandas e danças típicas, além das pessoas vestidas a caráter. Inclusive, o Marcos, doido que só, tinha a pretensão de alugar uma dessas roupas pra ir na festa. No fim acabou não dando certo e fomos trajados de nós mesmos.


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A festa é menor que a Oktober e acredito que bem menos confusa, o que atraiu além dos jovens e jovens adultos (como nós, rs), muitas famílias até mesmo com crianças.


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A mais linda delas, me deu a honra de um brinde


Tomamos TODOS os chopes, cantamos, dançamos, tiramos foto com quem nem conhecíamos… ou seja, entramos realmente no clima de alegria da festa e ficamos óbviamente com um gostinho de “quero mais” que será saciado durante a Oktoberfest desse ano.


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Assim que retornar pra BH, farei a compra das passagens e reservas de hotel, para que não haja desculpas esfarrapadas pra não irmos, hehehe.

Estão todos convidados!!

Tenho certeza de quem gosta de cerveja e de festa vai adorar a Oktober, mas se não der, quem sabe na próxima Sommerfest?!

Beijinhos a todos,

Aufwiedersehen!


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Valores:
Entrada Inteira: R$4,00
Meia entrada: R$2,00
Com roupas típicas: entrada gratuita
Chopp 300 ml: R$4,00
Cachorro quente: R$5,00
Batata recheada: R$7,00
Ver o estade da Brahma vazio: Não tem preço!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Visita à Das Bier

Gaspar – SC, 04/fev/2010


Este é o último post de visitas à cervejarias da região do Vale do Itajaí, depois iremos pra outras regiões. Se me permitem, gostaria de utilzar um merecido parágrafo para um reconhecimento à esta rica região.

Vale Europeu como também é chamado pela grande influência da cultura européia, mas sobretudo alemã, é uma região composta por 52 municípios dos quais tivemos o prazer de conhecer Joinville, Jaraguá do Sul, Blumenau, Timbó, Indaial, Gaspar e Brusque. Culinária, arquitetura, festas, língua, nomes e sobrenomes europeus estão presentes em todo lugar. Euro-brasileiros ou Brasileiros europeus? Não importa. O povo é maravilhoso e o fato de terem vindo para o Brasil e terem trazido sua cultura só contribui para a consolidação da diversidade cultural brasileira. Estamos encantados! Voltaremos em breve, quem sabe no Oktoberfest?

Voltando para cervejas, chegamos a Das Bier um pouco exaustos da maratona (essa era a 3a visita do dia e mais de 80 km rodados) e pretendíamos apenas tomar umas no bar da fábrica.


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Começamos fazendo uma brincadeira de análise comparativa das 3 pilsens deles: pilsen (filtrada), natural (sem filtragem) e premium. Seguem nossos comentários amadores:

Pilsen – chopp puro malte. Coloração amarelo claro, bem límpido. Espuma bem clara consistente e persistente. Excelente sabor do malte que lhe confere um certo corpo. Leve amargor como esperado para uma pilsen.

Natural – Muito parecida com a pilsen sem filtragem, porém mais “viva” e na nossa opinião a de maior drinkability das 3.

Premium – coloração amarelo um pouco mais intenso, também muito límpida. Tem mais corpo e é mais frutada que as irmãs. Também se destaca das outras pela maior presença do lúpulo. Nos pareceu ter maior teor alcoólico. A melhor das 3 para o nosso paladar que exige mais lúpulo e conteúdo numa cerveja.

Depois provamos a braunes ale, que tem 4 tipos diferentes de malte e apesar da coloração amber, o sabor nos lembrou muito o chopp Ouro Preto da Falke Bier.

Ainda não sabíamos como mas, assim como aconteceu nas outras visitas, seríamos surpreendidos de alguma forma. Veio então um convite do Gomes, um simpático garçom, conterrãneo nosso de Montes Claros – MG, para conhecermos a fábrica aproveitando que o Mestre Cervejeiro ainda estava lá.

Eis que surge o Sr. Antônio, voz grossa, presente, arretado, e diz pra gente: “Surpresos? Estavam esperando um alemãozão né?”. Seu Antônio é a simpatia em pessoa de um legítimo nordestino. PERNAMBUCANO!!!!

Muito próximo do Mestre Dimer, o Mestre Antônio tem 28 de profissão e está a frente de muitos alemãezões. Também nos surpreendeu com muito conhecimento técnico. Oriundo de uma das mega cervejarias brasileiras, Sr. Antônio estava morando em São Paulo quando em 2006 foi convidado somente para ajudar a montar a Das Bier e formular suas cervejas. Não poderia ser diferente e os donos o convidaram pra continuar e lá está o Sr. Antônio. Mais uma vitória das artesanais sobre as gigantes.


DSC_0308 Sr. Antônio, uma figuraça !!!!


É claro que o Sr. Antõnio nos convidou pra degustar um chopp direto do tanque, e também é claro que a gente aceitou.


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Além das cervejas, a Das Bier tem muitos outros atrativos. Está localizada numa área rural. Poderíamos classificar como um sítio. Tem pesque e pague, shows ao vivo e a própria cervejaria que foi montada no restaurado casarão da fazenda, que data de 1903.

Ainda há disponível para venda belíssimos sifões, que são muito bons pra quem tem choppeira em casa e/ou pra quem deseja comprar 1 litro de um determinado chopp e levar pra casa. Como ainda estamos a 11 dias do retorno, não foi dessa vez que levamos o chopp pra BH.


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Antes de ir embora, uma foto da fachada da cervejaria. Fomos pro hotel dar uma descansada porque hoje a noite o pau vai quebrar. Hoje tem Sommerfest na Vila Germânica, uma espécie de Oktoberfest de verão, e claro, sem o tumulto que há na festa de outubro. Mas este é um assunto pra outro post, e é a Daniela quem vai escrevê-lo.


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Contatos:
R. Bonifácio Haendchen, 5311
Gaspar - SC
(47) 3397-8600
http://www.dasbier.com.br

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Visita à Bierland

Blumenau – SC, 04/fev/2010


Era a tarde mais quente dos últimos quarenta e poucos anos, segundo os principais jornais do país. Joinville chegou a fazer 43ºC. Sobre a sensação térmica, fala-se algo em torno de 50ºC a 60ºC. Realmente insuportável! O que fazer então na falta de uma praia ou piscina? Visita técnica.

Às 15h30 chegamos à Bierland, que fica no distrito de Itoupava a 15 km do centro de Blumenau.


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A Daniela não estava se sentindo bem e ficou sentada no bar da fábrica que estava abrindo naquele momento. Que desculpa esfarrapada! Quando eu entrei e no primeiro minuto de conversa com o mestre cervejeiro percebi que a conversa seria extremamente técnica, tive que pedir ajuda dos universitários e tirei a Daniela do bar pra vir me ajudar.


DSC_0242 Um verdadeira aula de Biologia


Mestre Dimer, como eu o chamei durante a visita é um verdadeiro Mestre. Mestre Cervejeiro há 32 anos (!!!!!), dá cursos voluntariamente em Universiades durante semanas de iniciação científica e já formou inúmeros outros mestres cervejeiros.
Conversamos de fermentos, sequestro de proteínas, espuma, sanitização e muito mais.

A visita não teria sido a mesma sem a verdadeira aula que recebemos do Mestre Dimer. Como se os 32 anos de experiência não contassem, a paixão do Mestre pelo assunto é facilmente percebida pelo brilho nos olhos enquanto conversa com a gente, simples visitantes com alguns meses de estudo e somente 2 brassagens (bem sucedidas) no currículo. Fica aqui registrada a nossa gratidão pelo tempo dispensado e pelos ensinamentos.

Quem for visitar a Bierland não pode deixar de conhecer Mestre Ilceu Dimer.


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Ficamos tão empolgados com a aula que nos esquecemos de levantar os dados padrões da minha pesquisa. Sem problema, ainda assim saímos da visita super felizes, e fomos para o bar da fábrica degustar um chopp pra refrescar. Escolhemos o pilsen, compramos um kit com as cervejas Pilsen, Bock e Weizen e depois fomos direto pra Das Bier pra última visita do dia.


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Contatos:
R. Gustavo Zimmermann, 5361 - Itoupava Central
Blumenau - SC
(47) 3337-3100
http://www.bierland.com.br